Após as nuvens no espelho

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APÓS AS NUVENS NO ESPELHO

 

numa topologia eletromagnética,
perder para lembrar.
esquecer,
para poder guardar.
porque talvez seja mais fácil escutar aquilo
que perdemos no esquecimento.
Esta sintonia pode nos levar a outros sentidos guardados
na memória,
“somos aquilo que lembramos… todos somos alguém
que é quem é porque lembra de certas coisas e outras
não…” atestou o neurocientista Iván Izquierdo.
e assim guardei um Oriente…
registros improváveis naquela paisagem diversa do
meu habitat:
turista é isso, um outsider na realidade aonde ele pode
estar presente de corpo, mas estará realmente ali?
Tudo se transforma no incessante movimento do mundo,
aonde pés diminutos querem correr para no final,
apenas alcançar o que já não podem enxergar.
o jeito é sintonizar e ouvir,
lá dentro, este rádio mutante que é talvez e apenas,
minha memória…

 

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Fotografia: Lucia Helena Zaremba